Dobras do Cotidiano
Ana Paula Perissé* ( ou será Lumet????)
"Não deixar a vida
perder-se
silenciosamente
no espectro de seu inverso;
porque poucos o traduzem
ou têm coragem para gritar o indizível.
Clamor em ondas de silêncio
do inaudito,
frio ou mequetrefe,
que se revelem!
O oposto do belo
é a beleza crua a se desvelar
na crueza das dobras do cotidiano.
Pelo gargalo ou pelo ralo
ainda há pulsação autêntica.
Pela estética do que difere
ou que também e ainda fere!"
Somos trígono de existentes
em busca do mundo como inspiração.
Seja na crueza
ou na beleza inaudita das ruas
ou na confiança dos que vagam...
Trígono vagante
farsante
sem corante.
Não queremos respostas
gostamos da riqueza do pequeno
do nada
ou do resquício que ficou
e do qual ninguém viu,
mas que fala
GRITA
contra o medo
da unificação de idéias
e de sentimentos
e de sentimentos
a favor do espanto e do assombro
que não rouba a diferença e a sutileza
da vida como obra de arte maldita.
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