segunda-feira, 7 de julho de 2008

A Bárbarie Nos Reduz Ao nada



Abaixo da varanda de minha casa
um carro foi cravejado por balas de fuzil
pela polícia militar do Rio de Janeiro.

Abaixo da varanda de minha casa
uma mãe em dor insuportável
gritava por seu filhos,
um deles atingido,
dentro de seu carro.

Da varanda de minha casa
para onde se debruça a janela
do quarto de meu filho
nos jogávamos ao chão
tentando nos proteger

do absurdo
do sem-sentido
daquilo que nos cala
em tremores de alma
e nos estremece.

Da varanda da minha casa
não sou cidadã
tampouco sou alguém;
tenho medo de nos alijarem da condição de sermos
apenas
seres humanos.

2 comentários:

Ana Paula Perissé disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Tardes Vazias
“sunshine of your love”


Algo de infernal pasó


http://sp2.fotologs.net/photo/34/35/34/manu_negra/1168264519_f.jpg


... era carnaval, nem tudo seria alegria
poderia ser natal
poderia?
(alguns supunham que papai-noel existisse)
não havia a singular fome
haveria uma plural obesidade (expunham os entendidos)
pesquisas mal pesquisadas
... lolós encharcados nos lençóis mascarados
cantatas dos alcalóides & éteres - BRASILHA

: – “Violência gratuita porra nenhuma”
paga na carne
no corpo humano negro & franzino
... perfumes confetes serpentinas - Fantasias
agonia * alegorias de momentos não muito alegres
o menino fugia com pavor à luz do dia
diria
ali naquela rua
via o medo & a injustiça do preconceito

... fantasticamente reais
juro’ rei queria mais y mais dias em se’u poder
pouco lhe valeria aquele mínimo mandato de 4 dias
blindado pelo ardor dos falsos republicanos
neoliberais trabalhistas ou socialdemocratas
no congresso – Antestério
... foi quando ouvi o doce poetar de “Olga Benário” ao seu amado
: - “captei inteiramente o significado da bela palavra brasileira “Saudades”...
tenho tantas que não sei onde metê-las... “

(gritos e sussurras)