diante da imensidão vazia
e oceânica
imprevísivel
da vida a quem dôo um sentido
errante
mutante
as centelhas me agitam
arrancam-me de mim
quentes e dolorosas ao toque
clamando por uma chance
de nomear
resquícios
sombras
quero aprender a sonhar com o nada
agora
para quando minha hora
chegar
saber que deixarei
as mudanças
mudando
como se a vida de todos os seres
tivessem um pós-vida
ecoando
a revirar a memória
de quem tocamos
de alguma forma.
não sei o quê escrever
quase-revelações
ínfimas ou desnecessárias
colectivas
de mim.
Não é nada de altivo
ou grandioso
tentativa vã
que não me acalma
porque pestanejo diante
da pupila oscilante do mundo
nem mesmo vôo
ou me rastejo
a implorar pelo cheiro da terra
úmida
que será meu manto
no instante final.
(Te amo, seres amados,
inexistentes aqui
cuja pós-vida
entranha-se cade vez mais
naquilo que sou
de teu legado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário