Eles são viventes náufragos
lançados
à deriva
e fazem da água uma ponte
para suas vidas errantes.
Condutores sem o saber
fazem do nado
quase nada
em mergulho abissal.
Insignificam cada onda
e cada murmúrio
num silêncio indizível
pleno de gritos.
Reverberam à margem
não chegam
não querem
quando causam susto
aos que existem
de um lado de cá
de lá
entes ausentes das metafóras
da ousadia
de querer conhecer.
Eles estão
são ermos
do nada
em terra prenhe de cada.
Aqui, as ondas são borbulhas
de vinho tinto
em vermelhidão
e as frases se esfregam com o ardor
dos amantes embriagados.
Nervura, gozo e fervor.
Ana Paula Perissé*
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