" Nasci para administrar o à-toa
o em vão
o inútil."
Manuel de Barros em "O Livro Sobre Nada", p. 51.
Tenho receio de postar as sutilezas poéticas deste autor brasileiro, que já passou de seus 90 anos e ainda continua em seu scriptorium da vida a poetar sobre o que deseja, e deixar neste não-lugar virtual qualquer rastro de incompreensão.
Tenho receio de que neste mundo utilitarista não se possa mais falar sobre coragem, entusiasmo, sonho e utopia, uma vez que "não tenho habilidade pra clarezas" (p.51) e de mim, Lumet, só saia a incompreensão perdida de desvarios de uma pessoa que sonha que pode ousar e remar contra a maré do que nos é dado como "natural"...
Natural não é normopatia,
ou escolher viver enclausurado em sub-regiões como shoppings e retirado para-a-terra-do-nunca em condomínios
é querer viver com poesia (sou escrivinhadora de versinhos também)
é querer sentir o odor da vida
é querer confrontar-se com a angústia de sentir-se um nada amorfo, mas demasiado humano
é sentir-se como um personagem de uma ficção estranha onde 1 em cada 7 habitantes do planeta Terra passa fome.
Natural é o assombro
fora de quatro paredes seguras ( segurança? até quando ou desde quando?)
Pra que ser poeta?
Pra que sonhar?
Pra que a filosofia então?
Para suspeitar!
Retirar obviedades e procurar sentido no até então insuspeito.
Questionar sobre a lógica de um mundo que produz miséria e abundância.
Por que falar sobre o nada?
A eloquência do silêncio fala muito mais e o tudo se esvai em nada no tempo efêmero de hoje.
O nada é o tudo de agora há pouco
mas se não transformado
vira o nada dos normapatas (aqueles para quem não há suspeita).
Este sim o nada perigoso, porque sem essência de vida pulsante
pleno de mediocridade média que reina soberana,
está sob a égide de traços conexos sob controle.
A barbárie está sempre à espreita
e nunca ( até quando?) sob suspeita...
o em vão
o inútil."
Manuel de Barros em "O Livro Sobre Nada", p. 51.
Tenho receio de postar as sutilezas poéticas deste autor brasileiro, que já passou de seus 90 anos e ainda continua em seu scriptorium da vida a poetar sobre o que deseja, e deixar neste não-lugar virtual qualquer rastro de incompreensão.
Tenho receio de que neste mundo utilitarista não se possa mais falar sobre coragem, entusiasmo, sonho e utopia, uma vez que "não tenho habilidade pra clarezas" (p.51) e de mim, Lumet, só saia a incompreensão perdida de desvarios de uma pessoa que sonha que pode ousar e remar contra a maré do que nos é dado como "natural"...
Natural não é normopatia,
ou escolher viver enclausurado em sub-regiões como shoppings e retirado para-a-terra-do-nunca em condomínios
é querer viver com poesia (sou escrivinhadora de versinhos também)
é querer sentir o odor da vida
é querer confrontar-se com a angústia de sentir-se um nada amorfo, mas demasiado humano
é sentir-se como um personagem de uma ficção estranha onde 1 em cada 7 habitantes do planeta Terra passa fome.
Natural é o assombro
fora de quatro paredes seguras ( segurança? até quando ou desde quando?)
Pra que ser poeta?
Pra que sonhar?
Pra que a filosofia então?
Para suspeitar!
Retirar obviedades e procurar sentido no até então insuspeito.
Questionar sobre a lógica de um mundo que produz miséria e abundância.
Por que falar sobre o nada?
A eloquência do silêncio fala muito mais e o tudo se esvai em nada no tempo efêmero de hoje.
O nada é o tudo de agora há pouco
mas se não transformado
vira o nada dos normapatas (aqueles para quem não há suspeita).
Este sim o nada perigoso, porque sem essência de vida pulsante
pleno de mediocridade média que reina soberana,
está sob a égide de traços conexos sob controle.
A barbárie está sempre à espreita
e nunca ( até quando?) sob suspeita...
Salve André Gorz!
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